sábado, 15 de outubro de 2016
História Arquivada - Julgamento: Orianna
Candidata: Orianna
Data: 31 de Maio, 21 CLE
OBSERVAÇÃO
A oficina está uma bagunça. Partes estão espalhadas desordenadamente entre os equipamentos de fabricação. Substâncias místicas e materiais estão jogados por todo lado. Pratos com restos de comida emboloram nos cantos.
Se tivesse espelhos, Corin provavelmente se assustaria com seu próprio reflexo. Desarrumado, com olhos esbugalhados e maníaco, ele dá o que parecem ser os toques finais em sua criação. É bela e complexa, uma cópia de uma garota feita com mecanismos elegantes.
Tudo o que resta é dar-lhe vida. Porém, o encantamento de uma Engrenagem do Infinito é puramente teórico. Corin é o primeiro a chegar tão perto de torná-lo realidade. Ele gentilmente remove a Engrenagem do fluido catalisador. Ela pulsa com energia. Ele sorri um sorriso exageradamente amplo enquanto a coloca dentro de sua criação. Sua criação começa a ter espasmos ao passo que a vida flui para cada ponta de cada membro. É como ver um espasmo de morte ao contrário.
Corin aperta a foto de uma garota jovem e bonita contra seu peito enquanto observa, lágrimas em seus olhos.
REFLEXÃO
A garota mecânica não era o primeiro ser fabricado a adentrar o saguão do Instituto da Guerra. O Grande Golem a Vapor já o havia feito anos antes. Mas havia algo nobre em Blitzcrank, algo vivo no modo como ele se movia e expressava.
Esta coisa parecia morta por dentro. Parecia um autômato, tentando agir como se estivesse vivo. O efeito era perturbador.
O Invocador Sênior Montrose avaliou a coisa que havia se apresentado como Orianna. Ela estendeu os braços para trás, artificialmente flexível, e girou a enorme chave em suas costas. Não que ela não tivesse expressões faciais – elas apenas estavam erradas. Havia algo em tudo o que ela fazia que era só um pouco estranho, estranho o suficiente para estar a um passo de completamente alienígena.
E tinha também A Bola. Poderia-se presumir ser seu bicho de estimação, mas o relacionamento ia mais a fundo. Era como se as duas fossem simbolicamente ligadas. A Bola era apenas isso – uma bola flutuante, metade mecanismos e engrenagens e metade algum tipo de tecmaturgia elétrica. De tempos em tempos, um olho estranho em um talo emergia de dentro da esfera, examinando os arredores.
"Eu quero ser uma campeã. Será divertido," disse Orianna, em uma voz que era uma aproximação de humana.
A Invocadora Carin olhou para o Invocador Sênior Montrose. "Isso vai funcionar?"
O corpo de Orianna se virou, enquanto sua cabeça se manteve fixa na direção deles. "Claro que vai. Eu serei uma boa campeã."
Montrose respondeu. "Orianna, para aceitá-la na Liga das Lendas, precisamos explorar sua mente. Estamos nos perguntando se você tem o tipo de mente que podemos explorar."
A garota mecânica voltou à orientação correta, e sua saia começou a tiquetaquear. "Meu pai diz que sim. Eu tenho uma mente. Faça isso. Se A Bola não se importar." A Bola emite um som e um clique, mas não faz nenhum movimento hostil.
Houve uma rajada do que parecia vento, depois escuridão, e depois luz. Havia uma jovem garota vestida como uma bailarina. Ela dançava para o público. Era muito talentosa. Porém, esta lembrança era muda, desconectada emocionalmente.
As cores se misturam. O Instituto da Guerra volta ao foco.
"Orianna, essas memórias são suas?" perguntou o Invocador Sênior Montrose.
A garota mecânica riu. Não de maneira leve. Era fria e mecânica. "Essas são as lembranças da Orianna. Eu sou a Orianna. Meu pai diz que sim."
O invocador mais jovem olhou para Montrose, buscando uma deixa. Sua compostura inabalada, Montrose acenou com a cabeça. "Então tentaremos novamente."
Sombras, luzes, cores. Alguém havia construído o que parecia ser uma rota da Fenda dos Invocadores. A jovem menina agora era mais velha e muito ágil. Ela parecia estar treinando para ser Campeã. Havia uma torre, que parecia estar completamente armada.
O treinador de um olho só a encorajava com sua voz áspera. "Vamos, Orianna. Hora de aprender como mergulhar sob a torre. Eu reduzi a potência, mas vai doer se você for atingida."
A garota sorriu, inocente. Ela se preparou, a agilidade e pose em pessoa. Ela começou a corrida enquanto a torre atirava projéteis em sua direção. Ficou imediatamente claro que algo estava errado. As rajadas da torre não pareciam benignas, corroíam o chão em torno dela. Sua graça natural a manteve um passo à frente, por ora, enquanto os tiros se tornavam mais e mais frequentes. O treinador apertava freneticamente seus controles, tentando desesperadamente desligar a torre, gritando com a garota o tempo todo. Porém, Orianna estava absorta demais em seu exercício para notar.
A primeira rajada jogou seus pés ao alto, derrubando-a no chão. Sem fôlego, ela tentou se levantar. A segunda rajada não demorou. Ela tentou, fraca, se levantar, sangue escorrendo dos cantos de sua boca. Depois da terceira, ela não levantou.
As cores se misturam. O Instituto da Guerra volta ao foco.
"Sim, eu morri," explicou Orianna.
Carin, sempre formal, respondeu. "Entramos em sua mente, Orianna. Como isso lhe fez sentir?"
A garota mecânica deu uma risadinha inumana. "Foi divertido. Eu gosto de lembranças. Vocês não?"
O Invocador Sênior Montrose limpou a garganta. "Por que você quer ser parte da Liga das Lendas?"
"Porque é o que eu sempre quis. Porque meu pai me criou para fazer isso. Porque A Bola está impaciente para brincar nos Campos da Justiça." Como se em resposta, ela se virou para acariciar A Bola, que começou a estalar com energia.
Montrose continuou. "E você entende as condições de tal admissão?"
"Sim," respondeu Orianna. "Eu vou seguir as regras do seu Instituto. Eu vou ser uma boa menina."
A Bola zuniu e clicou. Orianna completou, "E A Bola também vai. Ser uma boa bola, quero dizer."
Nitidamente incomodado pela experiência, a Invocadora Carin permaneceu em slêncio. O Invocador Sênior Montrose, apesar de também inquieto, manteve seu ar de autoridade. "Então você será uma Campeã, garota mecânica. Os preparativos serão feitos."
Orianna emitiu um som que deveria ser um som alegre de menina e abraçou A Bola. Poderia ter sido tocante, mas infelizmente foi apenas horripilante.
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