sábado, 15 de outubro de 2016

História Arquivada - Julgamento: Nocturne











Candidato: Nocturne
Data: 11 de Março, 21 CLE

OBSERVAÇÃO

O Arquiteto de Campo teve um longo dia. Pesquisar a área por sinais de degradação não é tarefa simples; tirar leituras a cada metro e meio é essencial para detectar até mesmo a menor das perturbações nos complexos campos de energia. Um pico despercebido nas forças ao redor poderia causar uma reação em cadeia de destruição devido ao uso rompante de magia nos Campos da Justiça. De uma forma só sua, ele gostava de imaginar que estava salvando Runeterra, um ponto por vez.

Seu trabalho terminado, o arquiteto retorna à plataforma de invocação, onde passa por um nexus que deveria estar dormente. Uma faísca inesperada dentro do nexus lhe chama a atenção. Ele se vira para investigar, mas é atingido por uma rajada selvagem de energia arqueando a partir do nexus. O arquiteto desmorona ao chão, se estirando nos implacáveis paralelepípedos.

Seu corpo murcha enquanto uma trilha de densa fumaça nociva sai de sua boca aberta. Ela treme com vida e pulsa com horrores.

É nascida dos pesadelos.

REFLEXÃO

Nocturne havia vagado pelas mentes dos humanos por tempo interminável. Ele observou os rostos aos quais almejavam, absorveu os desejos que pulsavam por suas veias, e habitou as fantasias que ardiam em seus corações. Ele se mantinha dentro das detestavelmente humanas ilusões que eles conjuravam no estreito espaço de seus patéticos cérebros.

De todos, ele consumiu a magia que ondulava por suas almas.

Nocturne teve apenas um instante para examinar sua nova forma física antes de um círculo de invocadores trajados em robes aparecer em torno dele. Ele sabia quem eram antes mesmos de eles se revelarem. Esses eram os soberanos cujas faces consumiam cada mente de cada invocador cujos sonhos ele assombrou. Eles eram as vozes que enchiam os insignificantes com promessas de grande poder, e eles eram as mãos que direcionavam o fluxo de todo o mundo. Nocturne sabia o que esses humanos queriam, mas eles não iriam pegá-lo.

Sua forma sombria flutuou silenciosamente em direção a um dos humanos, se estendendo com os fios etéreos de sua consciência. O humano encapuzado se contorceu enquanto suas mãos se ergueram para arranhar sua própria cabeça. A sombra avançou por baixo e cortou para cima com suas lâminas, empalando um desafortunado invocador por toda a extensão de seu corpo.

Nocturne sentiu um grupo de humanos se aproximar por trás; por um segundo, sua forma pulsou. A escuridão sufocou todo o campo, um escuro opressivo que respirava e suspirava. Vítimas eternamente presas no fantasma murmuravam nos ouvidos dos invocadores, prometendo tormento eterno e implorando por liberdade. Mãos sem corpo arranhavam os vivos, desesperadas para roubar qualquer semblante de existência para si.

Os invocadores remanescentes atacaram, se debatendo contra os dedos fantasmagóricos que desapareceram apenas tempo suficiente para reaparecer em maiores números. Encantamentos e feitiços apodreceram em seus lábios conforme as energias mágicas se recusavam a atender seu chamado. A escuridão começou a sufocar os humanos, e eles arranhavam seus olhos em uma tentativa desesperada de recuperar a visão. Devorados pelo terror, eles sequer sentiram a aproximação de Nocturne, nem as lâminas que cortaram seus corpos macios e condenaram suas almas a uma eternidade na escuridão.

Um invocador se sobressaiu dentre os demais. Ele estava decorado com correntes douradas, adornando robes púrpura. Ele não era afetado nem pela cegueira nem pelos horrores, e optara por observar impassivo o massacre que se desenrolava. Nenhuma expressão passou por seu rosto quando a poça de sangue manchou a barra de seus robes, nem seu semblante mudou quando a cabeça decepada de seu antigo colega encostou em sua perna.

O invocador falou. “Impressionante. Vejo que as eras que passou absorvendo nossas mentes serviram algum propósito.”

“Sei quem você é,” devolveu Nocturne.

“Estou lisonjeado.” O invocador riu. “Então também deve saber que já é hora de você nos compensar pelos horrores que causou a nossa espécie.”

“E como você planeja fazer isso, humano?” Um uivo monstruoso ecoou das sombras, algo como o que os humanos chamavam de risada.

“Você agora está no mundo de nosso controle. E vai nos servir.”

“Você chama essa existência patética de 'compensação'?” Um movimento da lâmina terrível de Nocturne esparramou uma pilha de entranhas quentes pelo chão. Ele ajeitou a ponta dentada para esse último tolo. “Você pode ter me conjurado em seu mundo de alguma maneira, mas só o que vai receber é destruição.”

Com um rugido, Nocturne se atirou no invocador. Sua lâmina encharcada de sangue ficou a uma navalha de distância de arrancar aquele sorriso irritante do rosto do humano. Metal rodeou seus pulsos, trancando-os, e lançando Nocturne para trás em uma pilha de correntes metálicas.

“Não. Isto é seu ressarcimento.” Os lábios do invocador se partiram, úmidos com antecipação. “Bem-vindo à Liga.”

Os invocadores cujos corpos estavam empilhados em torno dele ergueram suas cabeças. Seus braços se lançaram em direção a ele e o agarraram, apertando ferrenhamente. Eles o arrastaram para baixo, forçando sua forma física a se submeter. Cada parte dele gritava contra as algemas enquanto ele involuntariamente se curvou diante do invocador chefe. Nocturne agora estava a serviço da Liga, e esse era seu próprio pesadelo eterno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário